Exposição virtual de Fotografia de amigos e/ou alunos das nossas aulas de Fotografia

José Miguel Oliveira: “O início da minha paixão pela fotografia é contemporâneo com o meu primeiro contacto com a CACAV. Daí que, por vezes, quando penso nos primeiros tempos de fotógrafo, as memórias me sujam entrelaçadas e as fotografias que resgato desse tempo sejam quase todas do Cais Velho, dos barcos, das salinas, do sapal…
A fotografia cresceu, tornou-se parte da minha própria imagem, juntamente com outros olhares e outras fogueiras que me dão forma e me fazem ser. E, assim, também fui sendo, andando pelos caminhos da Cooperativa.
Para além do levantamento do património cultural e natural de Alhos Vedros, no âmbito de um projecto de classificação (candidatura a apresentar pelo grupo ecológico da CACAV, os Ecos da Terra), lembro-me de ter participado em algumas Maratonas da Fotografia, enquanto membro do júri, ou de ter tido o prazer de fotografar o Agostinho da Silva, aquando da sua primeira visita a Alhos Vedros.
Participei em algumas iniciativas, embora muito menos do que gostaria e que, porventura, poderia. O meu envolvimento teve muitos altos e baixos, movimentos de aproximação e de afastamento, mas fui andando sempre por aqui, sempre atento, mesmo que distante, e sempre orgulhoso de pertencer à CACAV, coisa que usava – e ainda uso – como um elemento distintivo na apresentação do meu curriculum vitae. Na fotografia da minha vida, estará sempre, obviamente, a CACAV. Mas, mais do que todas as iniciativas e projectos, mais do que todos os desafios e todas as lutas, mais do que todas as noites em que a Lua se encheu e todos os “Agostinhos da Silva” que por lá andaram à solta, o que essa fotografia mostrará é o calor, o abraço, a camaradagem, a amizade. E tantos têm sido os seus rostos ao longo do percurso.
Por isso, e por outras coisas que aqui não cabem, é com muito prazer e orgulho que respondo ao repto de apresentar 4 fotografias minhas e, assim, humildemente participar na comemoração de mais um aniversário da CACAV. Escolhi estas como poderia ter escolhido outras, sem um critério muito definido. Contudo, todas podem ter um carácter simbólico e, de certa forma, representativo do que atrás referi.
Numa das fotografias (Cais Velho), os cabos que me prendem a Alhos Vedros, que tanto servem para amparar o barco quando descansa, como para assegurar que haverá sempre um cais, mesmo quando, andando lá por fora, o mar se embravece.
Noutra, o rosto de uma luta eterna, uma metáfora da vida, o lodo em que tantas vidas perdem o brilho e o sentido, a decadência e a memória de outras lutas como pano de fundo… vários sinais a relembrar-me da necessidade de não perder o foco e a razão do movimento associativo.
Mas, porque haverá sempre mais uma ponte, sempre mais um sonho, continuaremos a caminhar. Rumo à utopia? Que seja! O importante é acreditar e continuar caminhando. O importante é a Esperança. Vejo isso na terceira imagem que escolhi.
A quarta fotografia pode ser um retrato da amizade (e de uma silenciosa cumplicidade) que, com o amadurecer dos dias, com o desfiar do caminho, se revela e se define.
É ela que nos mantém e, tantas vezes, nos dá sentido.

Parabéns à CACAV e obrigado! “